terça-feira, 27 de abril de 2010

Guerra das Galáxias


Hoje eu decidi resgatar uma das minhas séries favoritas de animes do meu tempo de menina: a primeira série de Macross, mais conhecidas por aqui como Robotech (embora a história seja um pouco mais complicada) e que, inclusive, chegou a ser publicada em quadrinhos aqui no Brasil

Exibida por aqui no fim dos anos 80 e início da década de 90 pela Rede Globo, Robotech era na realidade a junção de três animes japoneses: Super Dimensional Fortress Macross, Super Dimensional Cavalry Southern Cross e Genesis Climber Mospeada, que em princípio não possuíam nenhuma relação entre si a não ser o fato de serem animes mecha (de robôs gigantes) que envolviam batalhas espaciais. A responsável por essa bagunça foi a produtora americana Harmony Gold, que comprou os direitos da bem sucedida série japonesa Macross para exibi-la nos States. Na época, havia uma regra idiota de que uma animação deveria ter no mínimo 65 episódios por temporada para ir ao ar, e como Macross só tinha 36, resolveram costura-la com as demais séries fazendo algumas edições, adaptando nomes e alterando a ordem de alguns fatos.

E apesar dessa manobra Frankstein, a série fez muito sucesso nos Estados Unidos, especialmente seu primeiro arco de histórias que diz respeito exatamente ao Macross original - dos três animes, este foi o que praticamente sofreu o menor número de cortes. Precisamente este arco de histórias foi o exibido pela Globo (e um pedaço da segunda parte, calcada em Southern Cross). Posteriormente, a Record e a Gazeta/CNT exibiram a versão original de Macross (também chamada de Guerra das Galáxias) sem os cortes, mantendo o nome das personagens e as músicas originais em japonês. A série original Macross deu origem a diversas outras séries no Japão, que infelizmente nunca chegaram a serem exibidas por aqui.



Em Macross, no ano de 1999 uma enorme nave alienígena cai na Terra. Prenúncio de uma provável invasão. Com esse receio, os cientistas do planeta começam a investigar a nave e se apropriar de sua tecnologia, o que resultará nos caças Valkyrie, capazes de se transformar em robôs, e no cargueiro espacial SDF-1 Macross, que possui a mesma capacidade. Dez anos depois, a Terra está sob o ataque da raça alienígena Zentraedi (Zentraady, no original), que veio ao nosso planeta em busca da nave perdida. Muito maiores que os habitantes da terra, os Zentraedis parecem não desenvolver o uso das emoções, nem relações afetivas, especialmente as amorosas, o que os deixa chocados diante dos humanos.

Por um acidente, durante um ataque o SDF-1 Macross e uma cidade próxima são transportados para os confins do sistema solar. Agora, eles tentam se adaptar aos conflitos entre as populações civil e militar da nave, ao mesmo tempo em que tentam voltar para casa e derrotar os alienígenas em seu caminho.

Contudo, o foco principal da história não é exatamente as batalhas espaciais, mas sim as relações estabelecidas entre as personagens, em especial no triângulo amoroso vivido pelo piloto Rick Hunter/Hikaru Hishizo, a cantora Lynn Minmei e a primeira oficial da nave, Lisa Hayes/Misa Hayase. Tanto Rick quanto Lisa se tornam soldados por influências de membros de suas famílias. Ela inspirada por seu pai, um famoso comandante, e ele por seu irmão mais velho Roy Fokker, um dos melhores pilotos da frota, que infelizmente morre quase que no começo da série.

Outras personagens importantes são o Capitão Henry Gloval, que comanda a SDF-1 Macross, o piloto Maximillian Genius e sua esposa Millia. Millia era na realidade uma Zentraedi, que foi reduzida ao tamanho humano para espionar a nave, acaba se apaixonando por Max e se casando com ele (e confesso que são dois dos meus personagens favoritos).
No fim de tudo, apesar de todas as guerras e batalhas, o que faz com que a guerra acabe é o poder do amor, mais claramente uma canção de Minmei que, ouvida pelos Zentraedi, desperta neles sentimentos e emoções que os alienígenas acreditavam não mais existir.

A Panini foi a responsável pela revista inspirada na série, mais especificamente nesta parte da história. Produzida totalmente nos Estados Unidos por americanos, Robotech conta o que aconteceu depois e antes da série televisiva. A história começa em 2015, com o agora Capitão Hunter num primeiro momento enfrentando rebeldes Zentraedi. Posteriormente, a história muda de rumo e somos levados de volta a 1999, aos tempos em que Rick e seu irmão Roy Fokker viviam no circo voador da família, e logo depois ao momento em que ocorrerá o evento Macross (a queda da nave).

No primeiro número, para quem é fã da série animada mal deu para matar saudades das personagens. Tudo, personagens, as situações e os eventos importantes, estão sendo apresentados praticamente na base do conta-gotas. Para quem nunca assistiu ou ouviu falar sobre o anime fica difícil entender qual será o rumo da história.

Ainda assim dá para se envolver com a história em certos momentos, especialmente naqueles que mostram o relacionamento entre os irmãos Rick e Roy, uma mistura de cumplicidade, admiração e amizade. Quem era fã do anime também acaba por aproveitar muito mais alguns pequenos detalhes da revista - como, por exemplo, o fato de que o almirante Hayes era inimigo do Capitão Gloval, levando-se em consideração que posteriormente estarão do mesmo lado e a filha de Hayes, Lisa, será o braço direito de Gloval no SDF-1 Macross.

Talvez o que realmente tenha faltado foi a Panini fazer uma introdução do que foi Robotech, apresentando a animação e os personagens à nova geração e relembrando certos fatos aos antigos fãs. Afinal, tem quase uns dez anos que o desenho foi exibido no Brasil pela última vez.

Para quem quiser conhecer a história "real", eu recomendo vasculhar a locadora mais próxima, pois alguns episódios foram lançados em vídeo ou, nesse nosso admirável mundo novo internético, baixar em algum fansub decente (junto com as suas continuações) . É claro que o ideal seria a série ser exibida novamente na TV. Sonhar não custa nada, não é?

2 comentários:

  1. Katchy, acho que o meu maior arrependimento como ser humano é nunca ter assistido macross....

    MELDELS, EU SOU UM VEEEEEEEEEEEEEEEEEERME!!!!

    Acho melhor fazer download antes que seja tarde...

    E quanto à sua prima, eu estou fazendo o possível para convencer a minha mãe a doar, mas está difícil.

    Eu sei que ela já conseguiu o dinheiro necessário, mas eu gostaria de contribuir mesmo assim.

    Principalmente com 10 dólares para conseguir uma cópia do livro.

    Bem, deseje-a boa sorte.

    BTW, ótimo post XD

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  2. ui apresentada ao anime Macross pela Tv gazeta/ CNT, lembro que era exibido a noite dentro de um programa chamado Tudo por Brinquedo, eu nem curtia o programa, mas valia a pena esperar pra ver os episódios de Macross, um anime muito bem feito pra época, eu era fã xD
    Seria ótimo se voltasse a ser exibido, é como foi dito no post, Sonhar não custa nada né? =]

    Beeijos, parabéns!

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