sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Novamente em palpos de Aranha




Alguns anos atrás, o Homem-Aranha passou por um polêmico arco de histórias, conhecido como Saga Clone. Odiada por uns (ou muitos?) e amada por outros, essa saga trazia o retorno de um personagem antigo e supostamente morto (como se isso fosse novidade na Marvel!!!): o clone de Peter Parker, criado pelo seu antigo vilão e ex-professor, o Chacal. Mais do que isso: nela tivemos a revelação de que nosso amigo da vizinhança, Peter Parker, não era o verdadeiro Homem-Aranha, ele seria o clone, enquanto seu suposto clone, Ben Reilly, seria o Aranha. No fim das contas descobriu-se que Peter realmente era o Aranha, e que Ben era realmente o clone, e que tudo não passava de uma armação de outro supostamente morto e ressuscitado, Norman Osborn, o Duende Verde. Ben acaba morrendo e Peter volta a ser o Homem-Aranha. No meio disso tudo, temos ainda Kaine, um segundo, deformado e vingativo clone do Aranha, e a gravidez de Mary Jane, esposa de Peter. Achou confuso? Acredite, não foi só você. 

É por isso que muita gente acreditou que, após o fim dessa Saga, a Marvel iria relegá-la ao limbo de arquivos de coisas-que-pareciam-ser-legais-mas-que-deram-errado- e nunca mais tocar no assunto. Mas eis que Tom Defalco, um dos principais roteiristas da saga, resolve surpreender todo mundo e escreve uma história sobre May Parker, a filha de Peter e MJ, na revista What if # 105 (cujas histórias são conhecidas aqui no Brasil como O que teria acontecido se?). No fim da Saga Clone, May teria aparentemente morrido no parto, mas na verdade (ou não) foi capturada por Osborn, sendo depois resgatada (ou não) por Kaine. Na história publicada na What if, desenhada por Ron Frenz, temos uma May adolescente, devidamente devolvida aos seus pais por Kaine, que não sabe que é filha do Homem-Aranha, agora um herói aposentado, após perder uma perna em uma batalha com o Duende, e especialista em perícia da polícia de Nova York. May começa, então, a descobrir seus poderes e coisas sobre o passado de seu pai. Como se isso não fosse o bastante, ainda precisa enfrentar o novo Duende Verde, neto do original, para salvar sua família. 

A história foi um sucesso tão grande que a Marvel resolveu relançá-la como Spider-Girl # 0, a primeira de uma linha de revistas da Marvel, conhecida como Marvel Comics 2 ou MC2. 

Além das revistas da Spider-Girl, primeiramente a Marvel lançou outras duas publicações: A-Next, escrita por Tom Defalco e desenhada por Ron Frenz, e J2, também escrita por Defalco e desenhada por Ron Lim. A primeira contava as aventuras da nova geração de Vingadores (Avengers), formada inicialmente por Thunderstrike (Kevin Masterson, filho de Eric Masterson, o Thunderstrike ou Trovejante original), J2, Mainframe, Stinger (filha do segundo Homem-Formiga, que participava das histórias do Quarteto Fantástico escritas por Defalco), e Jubileu, Speedball e Choque como membros reserva. A segunda revista narrava as aventuras de J2 fora dos Vingadores. J2 ou Zane Yama é filho do Fanático, Juggernaut, com a promotora Sachi Yama. Depois de reformado, Cain Marko se apaixonou pela advogada, mas acabou desaparecendo ao participar de uma aventura em outra dimensão, não podendo criar o filho. Ao contrário do esquentado e brutamontes Juggernaut original, Zane é um típico nerd, que por um acaso acabou ganhando superpoderes, assim como um cabeça de teia, velho conhecido nosso. Porém, enquanto a Spider-Girl se mostrava um sucesso, nenhuma das duas outras revistas decolou e elas acabaram sendo canceladas. 

A Marvel não desistiu e resolveu lançar mais outras duas novas publicações: Fantastic Five e Wild Thing. Na primeira, tínhamos as aventuras do Fantastic Five, a versão futura do Quarteto Fantástico, formada por: Reed Richards (Big Brain - em uma forma robótica após sofrer um acidente que custou a vida de Sue), Franklin Richards (Psilord), Lyja Storm (Ms. Fantastic - a skrull que fingiu ser Alicia Masters e se casou com Johnny), Ben Grimm e Johnny Storm, que passou a liderar a equipe. A primeira aparição do grupo foi na edição número 3 da Spider-Girl. A segunda revista narrava as aventuras de Wild Thing ou Rina, filha do Wolverine e de Elektra, que já havia aparecido em uma revista do J2. Seguindo a mesma linha de Spider-Girl e J2, muitas das histórias envolviam as desventuras da nossa heroína na high school. Diferente de Zane, Rina é esquentadinha como o pai, e, como ele, possui garras, só que psiônicas, um truque que ela aprendeu com sua madrinha, Psilocke. As histórias eram escritas por Larry Hama, um velho conhecido dos leitores de Wolverine. Mas novamente as coisas não deram certo e as revistas foram canceladas. 

Depois de amargar o fracasso duas vezes, a Marvel desistiu de lançar outros títulos mensais através do MC2, concentrando-se nas revistas da Spider-Girl, e lançando uma ou outra minissérie de heróis extraídos do título, como a minissérie do DarkDevil e a do The Buzz. 

As revistas Spider-Girl eram escritas por Tom Defalco e originalmente desenhadas por Pat Olliffe, e tinham um clima bastante parecido com as das antigas histórias do Aranha dos anos 70, embora sem aquele conteúdo político que Stan Lee gostava de jogar em algumas histórias. Os desenhos de Olliffe, conhecido por aqui através de seu trabalho em Untold Tales of Spiderman ou Arquivos Secretos do Homem-Aranha, do Kurt Busiek, ajudaram bastante a criar esse clima nostálgico no começo da publicação. 

Enquanto as antigas histórias do Aranha citadas se passavam na faculdade, as da sua filha se passam no colegial, mas de certa forma todos os personagens estão lá: as versões masculinas de Gwen Stacy e Mary Jane, em, respectivamente, Brad Miller e Jack Jamenson (neto de J. Jonah Jamenson); a versão masculina de Flash Thompson, Heather Noble, e de Harry Osborn, Davida, a melhor amiga de May, além de outras personagens que lembram muito os amigos de Peter das histórias de Untold Tales, como Courtney Duran, Moose ou Jimmy Yama (primo de Zane, o J2). 

Além disso, novas versões de velhos heróis, ou até mesmo versões futuras de heróis antigos, eram constantes nas páginas das revistas. Já passaram por lá o A-Next, o Fantastic Five, Speedball, Nova, Punhos de Ferro e, de forma um pouco mais constante, Lady Hawk (uma dupla de gêmeas que parece estar de alguma forma ainda não clara ligadas ao Falcão) e Darkdevil (uma nova versão do Demolidor, que na realidade parece ser Ben Reilly, o supostamente morto clone de Peter). 




Ao contrário de Peter, embora seja inteligente, May não tem nada de nerd, jogando até mesmo em um time de basquete, ao mesmo tempo em que não tem aquela paixão de Mary Jane pela moda. Ainda diferentemente de Peter, o que move a vontade de May de ser uma heroína não é o peso de uma tragédia pessoal, mas a possibilidade de evitar tragédias. 

Verdade seja dita: com exceção de Kaine e do Rei do Crime, a maioria dos vilões da Spider-Girl eram muito fracos. Porém, isso não enfraquece em nada o charme das histórias, que está muito mais no relacionamento de May com seus amigos e seus pais (inclusive nos conflitos com Peter, que inicialmente não aceitava a vida “heroística” da filha) e nas dúvidas de May como heroína iniciante. Às vezes, por exemplo, é muito engraçado ver as atitudes de um típico, preocupado, e porque não dizer, ciumento pai no nosso amigo da vizinhança, Peter. Ou então, não deixar de se envolver nos problemas amorosos de May, ou de se identificar com as suas inseguranças. 

A série também teve destaque por lidar com alguns temas importantes (e até mesmo "polêmicos") do universo adolescente, como a paixão por um cara mais velho ou mesmo relacionamentos abusivos, em que garotas são vítimas de espancamentos por parte de seus namorados. 

A Abril Jovem chegou a publicar algumas histórias da Spider-Girl com o nome de Garota-Aranha, sendo que a Spider-Girl # 0 saiu na Homem-Aranha #198, enquanto algumas outras saíram nas últimas edições da Teia do Aranha. Depois que as revistas passaram para o formato americano, na linha Premium (não se sabe o porquê), a Abril parou de publicá-la, preferindo colocar as histórias da nova Mulher-Aranha no lugar. O que é uma pena, pois a Spider-Girl é uma personagem carismática interessante e cativante, com histórias realmente boas, que, infelizmente, não é tão conhecida.

Depois de indas e vindas, Spider Girl foi cancelada, mas se al
çou ao status de cult, deixando saudades nos corações de seus admiradores.

Dica de SiteSpider Girl Covers - todas as capas das HQs estreladas por May "MayDay" Parker.

sábado, 3 de setembro de 2016

A Queda do Jedi

Arte: Renata Castellani - http://bit.ly/2cd1qnz


Ou quando seu sonho é melhor que o roteiro do George Lucas


Ontem eu tive um sonho com o prequel de Star Wars.

Como muitas pessoas, eu detestei os episódios I,II e III... e acho que meu subconsciente quis me dar uma versão mais digna – pelo menos para mim – do que levou Anakin Skywalker a virar Darth Vader.

No meu sonho, os jedis podiam ser casar (o que faz muito sentido se a gente considerar a  merda dos midchlorians. Pra que celibato? Era só os jedis casarem, terem uma perrada de filhos para aumentar a Ordem).

Padmé era senadora, mas nunca foi rainha de Naboo. Era irmã caçula de Miranda, esposa de Bail Organa. Ela e Anakin (que não era o Hayden Christensen, mas não era nenhum ator que conheça) eram casados.
As guerras clônicas estavam acontecendo e se arrastando fazia alguns anos. E a Ordem dos Jedi designou Anakin para uma missão de infiltração que duraria de 2 a 3 anos em um ponto distante da Galáxia.

Ele não queria deixar a esposa e os filhos que estavam prestes a nascer . Mas Obi Wan e Yoda convenceram Anakin da importância da missão.

Miranda também estava grávida na mesma época que Padmé, mas acabou perdendo o bebê pouco depois que Anakin partiu.

Nesse meio tempo, com os meninos um pouco maiores, Padmé adoeceu seriamente.  Ela e Leia foram para Alderaan ficar com Bail e Miranda. Luke foi para Tatooine ficar com Owen (que realmente era irmão de Anakin) e Beru.

Padmé não resistiu à doença e acabou falecendo.  Enquanto isso, Tatooine foi atacada e aparentemente Owen, Beru e Luke haviam morrido, mas tinham conseguido escapar para um abrigo subterrâneo.

Numa dessas confusões de comunicação a lá Romeu e Julieta, Anakin recebeu a notícia de que tanto Padmé quanto os dois filhos haviam morrido. (Por isso ele achava que Leia era sobrinha dele, filha da Miranda e do Bail)

Ele surtou completamente, largou a missão, se culpando por não estar ao lado da esposa e dos filhos quando eles mais precisaram, sentindo-se traído pelos Jedis.

Tudo que ele queria era Vingança. Contra os Jedis, pois tudo o que era mais importante na vida de Anakin foi tirado por cumprir cegamente as ordens deles.

O sonhou terminou com Anakin voltando para casa, prestes a ferrar com tudo.

Se um dia eu tiver ânimo, quem sabe escrevo uma versão extendida?

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Mitologia em Sailor Moon

Site da imagem: http://bit.ly/2cwvUnX

Muitos anos atrás (e bota muitos anos nisso), lá nos "finalmentes" dos anos 90, quando a Manchete ainda existia e trazia muitos animes para a TV aberta, eu fiz parte de um fanzine sobre Sailor Moon. Daqueles de mandar o dinheiro pelo correio e receber o fanzine em casa.

Minha coluna era um paralelo sobre Mitologia e a história das Sailors.

Como recordar é viver, resolvi repostar meus textos aqui.

Para quem quiser conferir o texto, pode ser abaixo ou clicar nos links abaixo:

http://issuu.com/anacarolinacunha/docs/sailors?e=9833767/38469411

https://www.dropbox.com/s/vdaq3zxe1w0k5jr/sailors.pdf?dl=0